segunda-feira, 28 de outubro de 2013

zelda

e chegou a ultima semana desse conturbado ciclo.
o mês em que pássaros renascem, laços se rompem,
nós apertam, rolhas saltam, amores surgem.
seu sacrificio foi cobrado,
e como dito, o mês virou.
sempre na ultima semana,
sempre com dor e alegria.

no nascimento e na morte,
que marcam um unico mês.

chega outubro, você tem de acabar.
fica outubro, os portais se abriram.
vai-te outubro, antes que os portais se fechem.

e rodou, e girou, e surgiu
acabando-se em sua ultima semana.



[6]

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

dt

eu queria que você se preocupasse com você mesmo,
tanto quanto se preocupa com o seu futuro.

sem o hoje, o seu amanhã é uma ilusão.


[2]

fraco

o poder de uma pessoa sobre outra pessoa,
mesmo sem saber, mesmo sem perceber,
mesmo sem se importar, ele é mais forte que você.
você é fraco e cede. sempre.
sempre cedeu. sempre deixou. sempre calou.
ele se impõe. e você sofre.
pois não consegue nem se expressar.
só cala e chora. agora dorme.

ele não.
nem eu.


[7]

indo

e mais uma vez o problema sou eu.
eu, minhas "loucuras", meus "exageros",
minhas preciptações, paranóias e medos.

instinto de auto preservação que se extende,
quer dizer... diziamos ser apenas um,
então é instinto de auto preservação,
ou não.

cuidar, ajudar, acalmar, alertar,
ações básicas que quando contrariadas,
parecem surreais.

surreal é achar que isso tudo tá certo.
surreal é só enxergar a podridão de minhas ações,
surreal é cuspir no cuidado com grosserias.
surreal sou eu.

seja aquilo que quiser, faça tudo como desejar,
não olharei, não opinarei e não mais cuidarei,
siga teu caminho do jeito que quer.

sem meus cuidados, sem minhas paranóias e medos
sem minha surrealidade,
sem mim.

seja.
mas seja mesmo.
porque se não for, eu terei razão.

[1 2 5 7 10]

terça-feira, 8 de outubro de 2013

lost

você já questionou a minha falha maturidade.
eu vi a sua, se esvair.

[2]

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

forc

te deixo me usar, jogar, apertar,
enrrolar, entrelaçar, brincar,
débil como um gato atiçado corre comigo,
te deixo no limite, te trago de volta ao chão,
me tenha, me use, quando quiser,
cuidado apenas pra não se apertar com os meus nós,
formados por você mesmo,
eu sou só a corda,
você é o enforcado.

7

terça-feira, 1 de outubro de 2013

lamente-se então,
o máximo que puder,
o quanto conseguir,
por quanto tempo quiser.

apenas aumentará minha ira,
e o que eu mais quero é ficar nervosa.

acredite.
eu te peço, por favor,
lamente-se.


[7]

sábado, 28 de setembro de 2013

algm

palavras como algemas,
ações como grilhões,
te prendemos, te limitamos,
te proibimos, te paramos,
te seguramos, te forçamos,
te possuimos, te amamos.

palavras como algemas,
ações como grilhões,
não somos donos de ninguém,
somos donos de momentos,
lembranças, sensações,
memórias, memórias essas lentamente destruidas,
pelo novo e pelo velho,

palavras como algemas,
ações como grilhões,
nunca hão de entender nosso desespero,
nossas sensações, nosso desconforto,
preferem ser juízes, preferem apontar,
preferem o incômodo.

palavras como algemas,
ações como grilhões,
cansados de tanto peso,
de tanta decepção,
por favor vá.
e me deixe prisioneiro de mim mesmo.
se assim desejar,
se assim se importar.

eu sou a minha algema,
eu sou o meu grilhão,
não preciso ser o seu também.
apenas vá.

[5]

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

cms

começa com uma forte pontada na nuca,
um arrepio que mais parece um raio atravessa meu cranio
pelas raizes dos cabelos,
sinto meu rosto corando e indo até um tom de vermelho quase roxo
só que menos azulado,
as veias do meu pescoço saltam, enquanto minha boca seca,
minha lingua atrofia e minha garganta trava,
os olhos lacrimejam, nos ouvidos aquele zumbido estridente constante
as costelas fraturadas doem, os pulmões parecem em brasa
enquanto o coração tem preguiça de bater e pulsar,
no estomago, as borboletas deram lugar a tornados e
monstros com grossas e longas garras feitas de ácido,
a virilha pinica como se tivesse sarna,
enquanto o penis atrofia e some pra dentro de mim,
suores invisiveis escorrem das minhas axilas,
pelo meu corpo, pelas minhas coxas,
nos joelhos, a sensação de marretadas,
os pés explodem em cãimbras em harmonia com a panturrilha
e os antebraços, todos carocentos, competindo quem produz a dor maior/pior.

me bato, me soco, me jogo,
convulsiono, falo em línguas, grito
por um momento todas as sensações somem,
dando lugar a uma voz,
voz essa que no seu universo particular, no seu buraco escuro repete:
tô chegando, eu avisei, tô chegando.

e como num salto na piscina gelada,
todas as sensações retornam.

[1]

a/c você mesmx

e eu, só queria saber,
quando é que ELX vai sair da zona de conforto.
é EXTREMAMENTE FACIL viver nessa bolha mimada,egoista e confortavel
que elx criou em torno de si.
e não pensa que você não tem culpa,
essa bolha foi criada sei la... na infancia,
na adolescencia parecia exclusão, rebeldia ou arrogancia...
mas na idade adulta... é você quem tá mantendo
e olha: PARABENS! ta uma: MERDA.
do jeitinho que deveria ser, sintam meu soco na mesa,
e é exatamente culpa SUA.
você se esconde por trás de tudo isso.
e se cala. e se engloba na zona de conforto DELX, DEIXANDO VOCÊ MESMX E SUAS VONTADES PRA TRÁS!!!!!, mais três socos na mesa.
trouxa. apenas. troxa.
poderia falar mais mil coisas,
poderia citar nomes, poderia sair pelas ruas AGORA (03:17)
mas não, tô aqui, só avisando...
VOLTEI! morram todxs.
sintam minhas facadas.

não, não sei meu numero, foda-se.corrige troxa.

[11]

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

ladeira

aquele "lar",
construído aos trancos e barrancos,
desmorona lentamente, em deslizes intensos
e depressões profundas.
muitos buracos apareceram,
vários, todos
e no lugar preencheram um jardim de lacunas,
algumas colunas se mantém,
fortemente vigadas,
preparam-se pras rochas,
que adormecidas rolam.
como já rolaram
e sempre rolarão.


[1.5]

tu

seu egoísmo é cego,
cego e inocente,
propositalmente inocente, maliciosamente inocente,
inocentemente egoísta.
seu. egoísta.
seu egoísmo é cego,
e aos tantos te percebo.


[2]

rir

a culpa é minha.
a culpa é minha e eu assumo.
a culpa é minha, eu assumo e me divirto.
a culpa é minha, eu assumo, me divirto e vocês sentem.
a culpa é minha, eu assumo, me divirto, vocês sentem e sofrem.


[4]

terça-feira, 2 de julho de 2013

diblrie

há poucos minutos você ouviu um urro de um bicho e um barulho vindo dos fundo da casa, sua casa, que fica no meio de um grande rancho e criaçao de bois é o unico ponto iluminado nessa parte da estrada, seus pais foram para a cidade comprar algumas sementes e por causa da enchente do rio tiveram de dormir por la, com receio de que possa ser um animal feroz atacando os bois, você corre pega a espingarda e um lampião e sai de casa.
a chuva a aliviou e agora vai uma leve garoa, mas o barro sob suas botas é grosso e escorregadio, vocé caminha em direçao em que acredita ter vindo o barulho, você ouve mais urros e mais uma arvore cai junto com o barulho de carne rasgando "desgraçados, ja estao com um boi" você pensa e aperta o passo naquela direçao, no caminho, a luz fraca do lampião pendurado na espingarda te mostra algumas marcas estranhas nas arvores, marcas que te lembram garras, mas seria necessario um animal com uma pata bem grande pra ter aquelas garras... a posicão... sao marcas de garras feitas por algo com uma pata que parece uma mao humana é sua conclusao fina, essas marcas estao presentes em arvores, pedras, pelo chao, vocé vé uma movimentaçao atras de uma pedra e uma palavra sendo balbuciada entre engasgos des-gra-ça-d...
voce contorna a pedra e vé 2 pessoas engalfinhadas, uma com o rosto totalmente esposto, imobilizada pela outra que se controce com todos os membros do corpo como uma cobra torcendo e contorcendo e com o rosto totalmente afundado no pescoço emitindo um som esquisito e apavorante de fricçao e sucção, enquanto o imobilizado, claramente um homem loiro magro e branco, com roupas sociais agora sujas de lama e sangue e dentes bizarramente grandes expostos em sua boca, te olha com um olhar aterrorizado e você, dando dois passos, tropeça e cai sentado enquanto o brilho fosco no olha do loiro apaga e some, mostrando apenas 2 orbitas brancas, você percebe que aquele corpo nao tem mais sangue, nem mesmo mais do rombo no pescoço onde a outro figura continua com o rosto afundado sugando, nao sai mais sangue e aquilo continua ali, suguando, sua mente nao compreende direito a composiçao dessa figura, pouca iluminaçao , tudo o que voce ve sao pernas e braços sem nenhum roupa, com uma pele levemente grosseira, que lembra couro entrelaçadas de forma grosseira em pernas e braços com roupas sociais, a cabeça afundada no pescoço do moribundo imobilizado, tem grossos cabelos negros, com alguns dreads caidos molhados, o barulho de sucçao se torna mais intenso e voce nao consegue desviar o olhar da cena que se apresenta, o corpo do loiro agora parece diminuir lentamente, secando voce percebe, como se todos os liquidos tivessem sido sugados mesmo, voce ve pele grudando em osso, e feiçoes se tornando cada vez mais cadavericas, voce ve a figura sugadora dominada por algum impulsso mais bestial ainda comprimindo todo o corpo ao ponto de quebrar ossos e rasgar tecidos, ossos que quando se desprendem do corpo caem no meio da lama e você ve eles se transformando em cinzas. a succao termina, e vocé ouve um uivo ensurdecedor transparece delirio, satisfaçao e loucura em um unico grito, voce fecha os olhos, quando os abre novamente ve uma mulher ligeiramente negra, com um couro escurecido nas estremidades, grossos e longos cabelos dredados caem sobre as costas e seios, ela te observa com assustadores olhos vermelhos e um olhar de predador feroz, com as roupas sociais vazando cinzas em seu colo ela te observa e sorri. larga as roupas que caem e espalham cinzas ela vem em sua direçao passando a lingua sensualmente nas enormes presas que saltam de sua boca, ela sorri maliciosamente, você ve seu olhos totalmente vermelhos e com um brilho que parece aceso e sente seu corpo paralisando. ela se aproxima, lambe seu rosto, voce sente a lingua gelada e macia, ela sussurra em seu ouvido "vou te chamar de sobremesa"
você desmaia.

terça-feira, 11 de junho de 2013

como se fossem

acho engraçada essa sensação,
essa situação, essa preocupação,
essa importância, esse cuidado,
essa ternura, essa sinceridade,
essa carência, esse amor.
acho engraçado perceber que são assim,
assim sem serem nada, sendo muito um pro outro,
como se fossem mesmo irmãos,
se cuidam, se prezam, se poupam.
se entregam, se escondem, se amam.
como se fossem mesmo irmãos,
percebem,



não são.

[3]

quinta-feira, 6 de junho de 2013

tu

todo o drama,
toda a empolgação,
todo o sofrimento,
toda a simpatia,
toda a falsidade,
todo o cuidado,
todo o encorajamento,
toda a atitude,
tudo o que você mais odeia, nos outros,
tem em excesso dm ti mesmo.


[2]

sexta-feira, 29 de março de 2013

ha

percebi seus olhares,
sentiam medo, receio, recusa,
exatamente o resultado que procurava,
então ele começou a falar,
sempre a mesma ladainha positivista e amorosa,
não me interessa toda essa merda,
eu quero dor, sofrimento, agonia, medo,
não me abrace, não me afague, não me cuide.
eu não mereço e não quero merecer,
paz? quem precisa de paz?
"ultraviolence" é o meu conceito,
e felicidade eu só vou sentir
quando o vermelho carmesin vier novamente.
pare com essas ladainhas e vá buscar a chibata,
precisaremos dela, se for rolar um bom relacionamento.
seu lixo.

[9]

domingo, 10 de março de 2013

agora

agora você sente.
agora você percebe.
só agora.
eu disse.
sempre haverá um momento para sentir voltando.

[2]

no fim

ja foi tanto tempo,
tanta coisa ja aconteceu,
o tempo ja passou mil vezes,
os meses giraram,
as semanas correram em maratona
e eu só consigo lembrar de ti.
só consigo pensar em ti.
vivo com essa falta, com essa saudade,
de sentir seus olhos sobre mim.
só os olhos, como sempre.


[1]

muita gente pra nada

muita gente que faz
muita gente sentindo,
muita gente vivendo,
muita gente falando,
muita gente contando,
muita gente discutindo,
muita gente vendo,
muita gente que ama.

e ninguém me pergunta nada.


[1]