sexta-feira, 30 de agosto de 2013

cms

começa com uma forte pontada na nuca,
um arrepio que mais parece um raio atravessa meu cranio
pelas raizes dos cabelos,
sinto meu rosto corando e indo até um tom de vermelho quase roxo
só que menos azulado,
as veias do meu pescoço saltam, enquanto minha boca seca,
minha lingua atrofia e minha garganta trava,
os olhos lacrimejam, nos ouvidos aquele zumbido estridente constante
as costelas fraturadas doem, os pulmões parecem em brasa
enquanto o coração tem preguiça de bater e pulsar,
no estomago, as borboletas deram lugar a tornados e
monstros com grossas e longas garras feitas de ácido,
a virilha pinica como se tivesse sarna,
enquanto o penis atrofia e some pra dentro de mim,
suores invisiveis escorrem das minhas axilas,
pelo meu corpo, pelas minhas coxas,
nos joelhos, a sensação de marretadas,
os pés explodem em cãimbras em harmonia com a panturrilha
e os antebraços, todos carocentos, competindo quem produz a dor maior/pior.

me bato, me soco, me jogo,
convulsiono, falo em línguas, grito
por um momento todas as sensações somem,
dando lugar a uma voz,
voz essa que no seu universo particular, no seu buraco escuro repete:
tô chegando, eu avisei, tô chegando.

e como num salto na piscina gelada,
todas as sensações retornam.

[1]

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